segunda-feira, 28 de março de 2011

Estratégia

Um senhor vivia sozinho em Minnesota.

Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado.

Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Quem conta um conto, aumenta um ponto

Dom Lustosa, certa vez, registrou o seguinte texto:

Um menino viu um casaca-de-couro em um pé de papoula. Chegando perto viu um ninho com dois ovinhos e um filhotinho; mas uma cobra verde comeu o filhotinho; ele quis matar a cobra mas não conseguiu porque ela fugiu.

Um companheiro ouviu contar esse fato e passou adiante dizendo:
Um menino de casaca-de-couro encontrou um ninho com dois ovinhos verdes e um filhotinho de cobra; ele quis matar o passarinho, mas não poude; comeu a papoula e fugiu.

Este companheiro, depois de ouvir essa história, a contou a outro colega desta forma:
Um menino verde encontrou um ninho de papoula com duas cobrinhas de casaca-de-couro; o passarinho comeu a cobra e o menino comeu dois ovinhos.

Já este colega narrou a história desta outra maneira:
Uma cobra de casaca-de-couro viu um passarinho num pé de papoula que queria matar um menino verde, mas este saiu do ninho e comeu a cobra.

Quer saber um pouco mais sobre Dom Lustosa? Acesse: http://domantonioalustosa.blogspot.com/

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A lagartixa


A professora está dando uma aula de português, no terceiro ano primário:
“O diminutivo se forma com o acréscimo de um sufixo, com inho, zinho, zito et. Por exemplo: rapaz, rapazito, ou rapazinho, ou rapazelho, ou paragote... pedra, pedrinha ou pedrita... casa, casinha ou casia ou casebre...mala, malinha, malazinha, malêta... Há porém, palavras que tem posto menor: Exemplos: Homem - menino; boi - bezerro; galo – pinto; pombo – borracho; árvore – arbusto; rio – regato; vara – virgula; cabeça – capítulo; telha – tecla; roda – rótula, rolha... Entenderam bem? Quem é capaz de dar outro exemplo de diminutivo formado sem sufixo?
- Eu – disse João – Faca – canivete...
- Muito bem. Quem mais sabe dar algum exemplo?
- Eu – disse Pedro – Rato - camondongo...
- Muito bem. Realmente camondondo ou catita, é um rato pequeno.

- E mais ninguém sabe demonstrar com algum exemplo que entendeu bem?
- Eu sei – diz Zelito, o menor da aula, um petiz de oito anos apenas.
- Diga Zelito.
- Jacaré...
- E qual o diminutivo?
- Lagartixa.

(Gargalhada geral)

Dom Antônio de Almeida Lustosa - do livro "No mundo infantil".

terça-feira, 16 de junho de 2009

Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras.
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu...Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro...que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Autobiografia em 5 atos

1. Ando pela rua
há um buraco profundo no passeio
eu caio lá dentro
estou perdido - sem esperança
não foi culpa minha
após uma eternidade consigo sair.
2. Ando na mesma rua
há um buraco profundo no passeio
eu finjo que não vi
eu caio de novo lá dentro
não acredito que estou lá novamente
mas não foi culpa minha
após muito tempo consigo sair.
3. Ando na mesma rua
há um buraco profundo no passeio
eu vejo o buraco
eu caio de novo lá dentro - virou hábito
meus olhos estão abertos
eu sei onde estou
foi culpa minha
saio imediatamente.
4. Ando na mesma rua
há um buraco profundo no passeio
eu contorno o buraco.
5. Ando em outra rua.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Te amo do tamanho da girafa


Dia desses estava conversando com uma amiga pelo telefone, quando, de repente ela disse: “TE AMO DO TAMANHO DA GIRAFA”. Fiquei surpresa com a frase, mas não com o afeto que continha nela, pois ao longo dos anos de nossa amizade, sempre tivemos a cumplicidade de expressar nossos sentimentos uma à outra. Minha surpresa tinha relação com o QUE TAL FRASE REALMENTE SIGNIFICAVA “(....amor do tamanho de uma girafa? O que seria?).

Em seguida, minha amiga explicou que durante uma de suas aulas (ela é professora), foi exatamente esta frase que ouviu de uma de suas alunas (com idade entre 4 e 5 anos). Contou que durante uma de suas explicações, a garotinha olhou-a bem nos olhos e anunciou: “PRÔ, EU TE AMO DO TAMANHO DA GIRAFA!” e voltou aos seus afazeres, sem mais nada dizer. Sem que a professora pudesse aprofundar-se no tema.
Tal situação invadiu os meus pensamentos, passei dias refletindo: “o que realmente está contido nesta frase?”. Nós adultos temos a incrível necessidade de questionar tudo, de ampliar tudo, de querer entender tudo... Mas...QUANTO DE AMOR SIGNIFICA: TE AMO DO TAMANHO DA GIRAFA. Será que NÓS ...adultos...somos capazes de quantificar tal expressão? E se formos.... será que realmente somos capazes de entender seu real significado?

Sabemos que as crianças durante a primeira infância raciocinam através do PENSAMENTO CONCRETO e são incapazes de abstrair. É só com o seu desenvolvimento que sua forma de pensar também se transforma. Mas, se por um lado, quando criança ela não entende o abstrato, é com ela também que muitos de nós aprendemos nossas maiores e mais importantes lições, pois a criança é capaz de sentir e expressar-se sem culpa, vergonha e restrições; a criança é capaz de avaliar, comparar e EXPRESSAR seus pensamentos de uma forma invejavelmente libertadora.

Impossível é então, deixar de perguntar: “QUANTO É AMAR DO TAMANHO DA GIRAFA?” Amar muito? Amar de forma grandiosa? È amar o mais alto que a vista seja capaz de enxergar? Em quê pensava esta criança ao expressar-se assim? Nunca saberemos a verdade (se é que é realmente importante conhecê-la), só teremos a certeza de que a professora dela mereceu a confissão.

E nós? “ADULTOS?” O que amamos do tamanho da girafa?

Ou ainda: Quando nos perdemos desta pureza de sentimentos? Quando deixamos de nos expressar? Quando começamos a mentir? A omitir... Coisas, pensamentos e sentimentos? Quando iniciamos esta loucura que vemos hoje? Pais que matam e mutilam filhos; Filhos que são arremessados de janelas de casas ou de carros; netos que maltratam seus avós; filhos que – por ciúmes, doença ou ganância, cometem crimes bárbaros contra seus pais?

Quando deixamos de amar alguém “DO TAMANHO DA GIRAFA?” e passamos a amar outras coisas? O QUE NÓS AMAMOS DO TAMANHO DA GIRAFA? Poder? Prestígio? Dinheiro? “Status?”,PosiçãoSocial?

Quando deixamos de amar? Quando NOS DEIXAMOS? E nos trocamos. ...nos trocamos pelo quê?

Será que TROCAMOS O SER PELO TER? O “NÓS” PELO “EU”?

A sensação que possivelmente teremos – ao observarmos uma criança – é que a vida é bem mais simples do que “NÓS ADULTOS” planejamos e fazemos dela. A vida é COMO DECIDIMOS QUE ELA SEJA, em outras palavras, COMO ESCOLHEMOS VIVÊ-LA.

Esta criança sábia utilizou-se certamente do maior animal que conhecia, para falar do tamanho do seu amor pela professora. Não precisou de títulos para nos ensinar o óbvio: QUE O AMOR É PARA SER EXPRESSO, COMPARTILHADO, SENTIDO... CONFESSADO!

Esta criança foi SÁBIA porque não teve pudores, pois... AMA E DIZ...e certamente DISSE NO INSTANTE EM QUE SENTIU....pois não ESPEROU terminar o ano para dizê-lo, não ESPEROU terminar o dia para confessá-lo, não ESPEROU sentir-se AMADA para revelar.....apenas disse no instante em que sentiu! Por isso, sua sabedoria está além de títulos, “simplesmente” porque SOUBE MANIFESTAR O SEU AMOR A ALGUÉM... ”simplesmente” porque foi honesta com seus sentimentos, generosa com o próximo.

Os consultórios de psicologia estão repletos de pessoas cuja queixa faz relação ao AMOR e a carência em encontrá-lo. AMOR não somente na forma “homem x mulher” e suas variáveis, mas o AMOR entre pais e filhos, filhos e pais; amor entre os amigos; amor pelo que se Faz, Acredita, por uma Causa, uma Crença... um Valor! Ao invés disso, observamos a competição, a correria, a acomodação, o “deixar para amanhã”, o individualismo, a “falação desenfreada e desconexa”, a argumentação dos próprios valores sem que haja empatia pelo outro.

“AMAR DO TAMANHO DA GIRAFA”, deveria ser um PROJETO DE VIDA, uma FILOSOFIA... UM NOVO CONCEITO DE MILÊNIO, porém, ao invés disso, intelectualizamos, criamos teorias....quando talvez o mais sensato fosse apenas dizer: “EU TE AMO” - “VOCÊ É REALMENTE MUITO IMPORTANTE NA MINHA VIDA!”. Quem sabe deveríamos dizer mais vezes e a mais pessoas: EU TE AMO! AMAR, AMAR, AMAR E EXPRESSAR O AMOR, sem que necessariamente espere-se algo em troca!

John Lennon já dizia: “só precisamos de amor!”

A idéia aqui, não é “intelectualizar a atitude da criança”, mas simplesmente... IMITÁ-LA em nossas vidas e com àqueles que AMAMOS para que, dessa forma, cada um deles saiba da importância que possui em nossa existência, para que cada um deles saiba o verdadeiro lugar que ocupam em nossos corações.

Sábia criança... Sábias palavras! É a única conclusão que precisamos fazer.
E você?

Quer dizer “EU TE AMO DO TAMANHO DA GIRAFA para alguém hoje? EXPERIMENTE!

Quem sabe VOCÊ será o MAIOR BENEFICIADO COM TAL ATITUDE
Se você for capaz de compreender a grandeza dessa frase, será merecedor de ouvir: EU TE AMO DO TAMANHO DA GIRAFA

Paz ao seu coração!


QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
1-O que a autora tinha em mente ao dividir esse texto com outras pessoas?
2-Você encontrou algo no texto que parece com sua forma de pensar ou refletiu somente agora sobre isso?
3Você mudaria alguma coisa em seus relacionamentos para obter mais qualidade de comunicação e bem estar na vida?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A FLOR E O ARROZ


Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.

Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores.

Moral da História:
"Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Portanto, nunca julgue. Apenas tente compreender."
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